domingo, 21 de fevereiro de 2010

V

e ainda sobra muito tempo. Difícil é quando os minutos se

VI

arrastam e o dia não passa. Nesses dias não vale a pena tentar

VII

viver século nenhum, seria um mau século e daríamos cabo do

VIII

dia: nada a fazer!

IX

Pelo contrário, se ao menos já obtemos o mais, então não é

#

Vamos cá marcar este ponto duma passagem por onde hei-de continuar a passar, passando do que escrevi, “século passado”: o dia de ontem, Domingo!
Dito isto, digo agora ir acabar a primeira página, * já deu para uma data de anos, conforme os assinalei: usando a numeração duma “língua morta” ainda bem viva para a contabilidade do TEMPO.
Cá vamos viajar, marcando o tempo, como as datas em monumento(s) histórico…
Prometo que durante esta semana fica o caso arrumado, assim o queira bom fado!

* Pus-me a escrever directamente na caixa onde se publica, é uma grande futrica… ** Ainda tentei passar com a letra levada do programa de texto, mas fica diferente. Sou original à força…

** Futricar:
http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=futricar
«Realizar uma coisa aos poucos, aos bocadinhos.»
http://www.dicionarioinformal.com.br/buscar.php?palavra=futricar
Futrica:
http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=futrica
«Nome genérico dos negociantes, industriais e oficiais de ofício de Coimbra.»

Francisco Coimbra :)
22.02.2010

X

demais sonhar. Não podemos é deixar para o fim do dia a força e

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http://www.sobresites.com/poesia/forum/viewtopic.php?p=36649#36649

VERDADE

A verdade é esta,
só há uma maneira da dizer:
a verdade não existe.
Se existisse,
a verdade seria a Poesia
nesta procura
onde os versos todos vêm
encontrar o poema.

22.02.2010

XI

a vontade de trabalhar. Imaginemos, nem é preciso muita

XII

imaginação, um texto escrito linha a linha e ver, em cada linha

#

Ainda não pensei nada para dizer: já é o suficiente para escrever.

(o) suficiente para escrever (não) pensar nada para dizer

23.02.10

XIII

um texto, quantos textos não escrevemos num texto? Neste caso

XIV

como em qualquer caso, conta a medida utilizada.
21.02.10

#

Medida utilizada: folha dum bloco notas.

23.02.10

XV

O DIA

hoje é o dia mais importante
de toda a minha vida

aquele que tenho de viver
sem desculpa ou fuga

assim como já começou
assim há-de continuar
Assim

XVI

TOCA

seco um eco
até o ter como um
silêncio certo

é o poema
no seu melhor

toco(-o) corpo de mulher
Assim

TOCO

toco(-O) e sinto
num vibrar do tesão
minha impressão

como banana
entrando a boca

carícia de língua faço
Mim

XVII

POESIA

cada minuto um dia
faz do dia um mês
mas...
nas 24h do dia
não há os 60min
da hora a escoar-se
durante um ano
de 365 ou 366 dias

(inventada Poesia)
Assim

XVIII

A Sanjo de_volveu-me a ler em... ECOS

XIX

Um dia pode ser um século, um milénio, um infindável tempo de milhentos momentos!
21.02.10

XX

música são as palavras
onde modulo o canto
com que fazendo poesia
procuro ter o espanto
onde viajo sem amarras
apenas as da fantasia
meu amor e outro tanto

Francisco Coimbra

http://www.lunaeamigos.com.br/varal/indice.htm

21.02.10

#

"Escritas 7"

Vai ser a antologia de mais um ano do grupo Escritas!

BIOGRAFIA
Cruzar
1
«Francisco Coimbra Mantém com regularidade diária uma Escrita desde 1975; natural de Coimbra, é professor no Ensino Recorrente em Ponta Delgada; publicou em livro em 1985 >>>>> A (POESIA) E E.U, vai publicar este ano 'E'RETO/FALO do seu heterónimo Assim Mesmo, o qual publica na Net; o mesmo vai fazendo da sua Escrita, onde pontuam outros personagens: R, Mim, e alguns mais, mais raros.»
com
2
http://ecosdapoesia.net/autores/francisco_coimbra.htm
Dará a publicada em "Escritas 7":

Francisco Coimbra, natural de Coimbra, português desde 08/06/1956, cursou Engenharia Mecânica no ISEC, curso concluído em 1987/88. Desde 1983/84 tem desenvolvido actividade como professor, leccionando diversas disciplinas, entre elas Expressão Dramática, presentemente é professor do Ensino Recorrente para adultos em Ponta Delgada. Mantém com regularidade uma Escrita desde 1975, publicou em livro em 1985 «A (POESIA) E E.U», vai publicar este ano «'E'RETO/FALO» do seu heterónimo Assim Mesmo.
23.02.10

XXI

P_ART_ICI_P_AÇÃO = participo com três poemas
A acção desenvolve-se em quatro páginas:

MARGENS

MARGEM SOLTA

pequenas particularidades
- como manipular os versos
mostram como eles movem
-- uns e os outros
uns nos outros
--- criando padrões
à compreensão abrangente
---- a atenção chamando
a determinar a finalização

MARGEM CONTIDA

primeiro uma só palavra
- existiu
dando um lugar

-- para duas
lhe sucederem

--- tendo ainda mais
coesão e acabamento
---- o todo do conjunto
ganhou verso torneado

XXII

MARGEM DINÂMICA

embalado pelo diapasão
~~ duma lua
saiu um raio de luar
~ unindo
o arco e a flecha
~~~~ solto nó no alvo
pêndulo móvel
~~~ dono dum dom
ter a translação da roda

MARGEM ABSOLUTA

um par criador do uno
~~~ dançou a valsa

passou para o bolero

~~~~ deu ar à chama

ardeu de paixão

~ incendiando

os aspectos do poema

~~ até esculpir

o magma em erupção!

XXIII

OBRAR O DESASSOSSEGO


o desassossego é uma qualidade intrínseca

do que além de ser suficiente sobra
submetendo a dobra plural
escrita no início
com o S
de
~
O
B
R
A
~

o soba
sentasse sobre
a pele do rabo e fica assim
meditando sobre o Futuro antes do Passado
passado, neste caso, pouco tempo
dá o poema por concluído
por ter encontrado
todas as pro-
prieda-
des-
in-
trínsecas nos versos – a flutuar no éter
( )
depois dos ter soube que sob a pele do rabo
subpensamentos procuravam
fragmentar
as palavras até estabelecer como arbitrariedade
uma regra necessária ao caos
(e)
à manutenção da vida inteligente!
(se na obra não existe um S, intente-se)

XXIV

CAMINHAR NO MUNDO


I

elejo a praia junto ao mar
como o lugar mais apropriado
para inventar a escrita
aí deixo ficar o poema
à espera duma próxima onda
onde mergulho de corpo inteiro

II

gosto de expressões decisivas
sobre as quais nada quero
decidir ou de cindir
são elas que me dão
a intuição mais perfeita
para escrever um poema nítido

III

quando soletro primeiras sílabas
com um sabor de amoras
doces e maduras
sei que das silvas os frutos
silvestres frutificaram
também eu estou pronto ao amor