quarta-feira, 30 de junho de 2010

UM POEMA

Esta folha questiona-me sobre se sei o que é um poema, eu agradeço começando um breve conto onde, quem me ouve (em todos os sentidos) sabe: Houve o espanto... O verbo a procurar no Tempo as suas flexões, muda segundo o modo no evoluir do tempo.
Nos seus tempos… Há, um Tempo imutável. O poema é a substância da palavra usada, sentida, tida de forma substantiva: ida ao Id. Na sua estrutura inata, chegar e libertar Ego e Superego. Libertando o Ego, tudo se torna um Lego: (é) este jogo.
Ignorando o Superego «que se desenvolve a partir do conhecimento moral e valores do indivíduo», aquilo que sabes para… pára: (é) o que não sabes! O poema está pronto a definir-se, (é) escrita a escrever-se Poesia, a permitir perceber como poema um poema, como esse: SE/se
[Mina]

«O aparelho psíquico é formado por três estruturas:» 
«Id: conjunto de energias psíquicas que determina os desejos do sujeito»
«Ego: estrutura onde está todo conhecimento que o indivíduo possui de si e sobre o meio»
«Superego: estrutura que se desenvolve a partir do conhecimento moral e valores do indivíduo» 

JANTO…

admiro o admirar
onde ele existe
(é) espanto

terça-feira, 29 de junho de 2010

LUXÚRIA

a palavra
a sentir
a entrar
a deixar
o dedo (na ferida)... na fenda.!.

§

acrescenta às palavras
o peso dos dedos
acariciando...

PÉTALAS DE ROSA
ou prosa

Acrescentando às palavras o peso dos dedos a acariciar... pétalas de rosa.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

DE ÁGUA NA BOCA

Vêm, que me encontrarás nua e perfumada na cama à tua espera.

DE ÁGUA NA BOCA

Vêm
que me encontrarás
na cama
nua
e perfumada
à tua espera imaginando
o teu cheiro
o teu sabor
a tua paixão

mansa como um desejo
onde a certeza
mora
com a alma certa
duma calma
feita
de alma

como
a Poesia
de cada palavra
trabalhada
neste meu labor
de avançar no corpo
do poema amando a Língua

aquela(s) com que segredo
e segrego
a água
que me dás e deixas
quando
penso em ti!

A palavra, a frase, a prosa, a rosa. Tudo tem de ser justo, preciso, necessário, como a Verdade, a Liberdade, a Vida, a Poesia. Imaginas, sentes, escreves o poema antes de poisar a primeira palavra. Quando vais escrever, é só soltar as palavras, deixá-las voar. O poema é matéria de sonho, e, escrever, é sonhar. Acordar? A escrita, um breve ou longo despertar! A Iluminação do Budismo, é isto, a Luz que luz... (nas palavras que mantêm acesa a chama)

domingo, 27 de junho de 2010

POEMAS PARA LER DE OLHOS FECHADOS

É de forma paradoxal que melhor dizemos o que sentimos de forma mais profunda e completa, o que nos completa é a contradição que nos aproxima da impossibilidade ou da possibilidade compatível com o estar "fora no dentro/ dentro no fora". Substitua-se "no" por "nu" e tu verás como não há... você?
Você salta do Mundo para o Espaço, vira extra-terrestre. Assim somos....
Também ontem deixei escrito o que hoje publico. Assim:

«
TREMOR DE TERRA

O sentido figurado da linguagem é usado na Arte para tentar chegar às ideias tacteando o percurso onde o encontro se encontra connosco, deixo esta como sendo a explicação para um poema que estabelece réplicas como os tremores de terra.

NU MEAR PALAVRAS

I
MASTIGA AS PALAVRAS

deixa que o poema te invada
transformando-se todo ele
em carne e sangue vivo
da tua poesia a viver
esse momento onde fazes
o tempo acontecer de novo
como um deslumbramento

mastiga as palavras

II
IMPORTÂNCIA DO NOME

descobre o nome a dar
às coisas que procuras ver
de modo a saber dizê-las
através da sua nomeação
como o que te ocupa
pois essa ocupação és tu
através do que consegues

na importância do nome

III
O NOMEADO

agora esquece o que sabes
pois de nada te vale
és quem nunca foste ainda
no que acrescentas
resta {-te] subtrair-te a tudo
aquilo capaz de trair
tudo que é determinismo

fica com o nomeado
»

AGORA

Como se, entre antes e depois, o agora tivesse a diferença  ̶̶̶  para ser depois? Assim, permanentemente nos ultrapassamos.

sábado, 26 de junho de 2010

AVENTURA E DIVERSIDADE

Sabes o que estou a fazer? Não faço ideia, procuro-a. Junto a prosa à poesia, advogando que há sempre uma ideia presente que pode catalisar a escrita ou nela ser descoberta. Neste caso, espero a descoberta. Depois desta certeza, eu e as dúvidas ficamos em divida com a incerteza, abandonando-a. Coisa triste, abando nar seja o que for. Principalmente quando se abandona algo que não nos abandona, pois sempre nos abona do insólito símbolo da  aventura e diversidade.
Falta a Poesia, ainda hoje não lhe toquei.

(TOCAR) A POESIA

dois dedos de prosa
com a mão da fantasia
libertando os fios

desta marioneta
onde vive a inspiração

à espera de se ver verso!
Assim

sexta-feira, 25 de junho de 2010

1: CORAÇÃO DO ÁS

Voltando à técnica de anteontem, é noite e escrevo para amanhã. A ideia agrada-me, faço dela "guia espiritual" e dou-lhe um nome secreto, personifica deusa ou entidade tutelar. Baralho e embaralho sem barulho, um maço virtual de cartas de jogar, com um só naipe. Vou agora tirar uma carta à sorte, estabelecendo esta entre figuras e números. De treze cartas tenho quatro figuras ou nove números, o coração do Às é a figura que me sai: o nº1.
Vou agora deitar, a história não tem Moral, deixo a moral da história para amanhã: tudo se joga na leitura. Quanto à sorte, na escrita, é o que inventas; assim (A)parece.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

INTERPRETE

INTÉRPRETE


viaja no silêncio
até conseguires dizer
o que escreves

nessa altura
escreve o poema

pois és seu intérprete
Assim

O poeta pode e deve escrever-se outro, para dizer ao leitor que interprete o que é ser intérprete da Poesia!
Beijos e abraços, assim até ao Fim.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

HOJE ESCREVI ONTEM

HOJE ESCREVI ONTEM

Ontem publiquei o que tinha deixado escrito no dia anterior, se amanhã o mesmo fizer, hoje escrevi ontem.
Enquanto narrador gosto da estratégia de evitar a estratégia como estratégia, isto comporta a fundamentação ontológica da existência do criador: se ele decide, o que decidir faz de mim criador. Vale o que vale, o que pode ser tudo ou nada. Nada não é certamente e o tudo não bate assim?...
Vou deitar!
Ah, já agora, o Assim, assim:

PEGA NO POEMA

pega no poema
como se ele tivesse pernas
para andar

o que quer dizer:
segue-o

vai onde ele te levar!
Assim

LEVA O POEMA

leva o poema
até às ultimas consequências


nitidamente
como o desenho dum sinal

onde te reconheças
Mim

BAPTISMO

eu queria estar no baptismo
como o bebé que leva com a água
benta na cabeça

seria surpreendido
sem saber que o fora

manter-me-ia igual, chorando?
R

VAMOS VER...

As personagens sou eu a escrever o que há de visão, de ver, na escrita. Mas, há mais, prometo que amanhã medito e, está dito, acrescento à história mais história. Algo que a transforme nisto, isto é: vamos ver!

#

@ emoção redonda
como uma bola
de futebol
move
todo mundo
@ este evento
COPA DO MUNDO!

terça-feira, 22 de junho de 2010

A SITUAÇÃO

Posso, podia, interessar-me pela história. Contudo, com tudo, ela acaba por vir atrás do narrador se ele continuar a marrar para a frente...
Criemos a situação:

O QUE É UM MILAGRE?

milagre para mim é esta palavra
trazer a poesia e o sonho
fertilizando a sua própria lavra
quando libertando a exponho

dando-lhe esta forma dúctil
onde consegue metamorfosear
tudo que é prático ou fútil
mas ainda conseguindo alienar

a face louca da nossa razão
onde não me esqueço do amor
a igualar toda esta equação

conhecendo o estimulo sentir
a matéria do que nos dá valor
se da vida nos soubemos parir
 
Façamos o narrador acontecer palavras, ao incluir um poema, fica poeta.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

MAIS ALGUMA COISA

Se estava à espera que hoje escrevesse mais alguma coisa, acertou! Vou mesmo escrever mais do que "mais alguma coisa", vai ser com músculo: MAIS ALGUMA COISA. Claro é coisa de Eros, a erótica proporção da palavra erigida menhir para a alma mugir à Lua e ao Sol, podendo o Homem mungir a Poesia!

Isto é a continuação duma história que começa e se renova a cada dia que passe, passa... Passa por acrescentar alguma coisa nos dias, a escrita, esta matéria viva que é matéria da vida.

Agora estou por conta do Futebol, vou acompanhar o Mundial. Para a história e haverá sempre História para o registo dos mundiais, fica um 7 - 0 do jogo Portugal - Coreia do Norte de hoje.

domingo, 20 de junho de 2010

HISTÓRIA AOS QUADRADINHOS

I - PONTO FINAL

A minha história nem todos os dias é igual, alegra-me a desigualdade, transforma-se de equação em inequação, é uma permanente inequação. Quando a transformo em equação tento fazer uma frase acabada, sem uso de ponto final

II - SEGUNDO PARÁGRAFO

Faço um novo parágrafo e passo adiante, como se diante do infinito me movesse a uma velocidade superior à da Luz onde Nossa Senhora bóia e fala aos Pastorinhos ainda aquando da revelação do Terceiro Segredo de Fátima

III - SAGRADA ESCRITURA

Quando o Vaticano abre as suas portas para revelar um novo mistério das Sagradas Escrituras, reunindo bispos para produzir uma encíclica ou coisa que lhes valha, entendo estarem reunidas as condições para acrescentar um novo parágrafo à história aos quadradinhos

IV - CONTINUAÇÃO - TENTATIVA DE CHEGAR AO MICROCOSMO

Demora tempo, valendo sempre a pena: a alma não ser pequena (escreveu Pessoa «tudo vale a pena se a alma não é pequena»; se ele soube o que queria dizer, sabia mais que eu e isso não me apoquenta, se me diminui... é esta tentativa de chegar ao microcosmo)

sábado, 19 de junho de 2010

DESTINO & DIMENSÃO

Saramago era foi há-de continuar
a ser o primeiro Prémio Nobel
português na área da Literatura
e assim nos temos a nós com ele

entregues a uma perene memória
humana necessariamente frágil
merecedora do que mais atrai
o eterno para ser já um destino

&

só quem dá da memória história
deixa escrita a verdadeira alma
da qual adquire tempo e espaço

uma vez nomeada e recordada
ganha a Fé e os dons de Deus
omnipotência, omnipresença...

(o) inefável dom da ubiquidade!