segunda-feira, 5 de julho de 2010

CONTINUANDO CRÓNICA

Ontem imaginei dizer que o leitor deve ser crónico, aceitando fazer uma crónica da sua leitura. Na realidade não disse isso, enquanto pensava com outras palavras. Terei sugerido... agora?
Escrevemos com e para os outros, quem me acompanha é quem me lê. Quando falamos com as letras, para escrever as palavras, construímos frases, personagens, somos o ser que se cria e recria a partir da matéria.
Agora sou ele, eu que não O sigo a Ele: Senhor, pastor guardador de rebanhos de ovelhas; sou o lobo ou loba, filho de Luso ou Lisa? Nem o Camões tinha a certeza...
Temos um elo Metafísico e esta minha Física, apta a captar a realidade da vida no real... Real que se cria com a realidade, vive-se e inventa-se. Vamos usar um até... até que se queira ou creia!
Para acabar o conto de hoje, nada mais preciso na breve história deixada no pesponto, p(R)onto. Também sou R, o Rede actor, actor na Rede (Net). Redentor?
R

LIBERTANDO AS SEMENTES

I - PARA ESCREVER

hoje vou dizer nada
a não ser
o que as palavras dizem
quando se libertam

II - PARA O CORPO

deixando a carne ficar
com(o) o corpo
onde temos raízes
caule e folhas

III - PARA O TEMPO

apenas aqui escrevo
o corpo de desejo
guardado no poema
viajando no tempo

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