quarta-feira, 14 de julho de 2010

MATÉRIA DO DIZER II

Um poema dá a ver um ritmo imprimido... escrita da matéria verbal, pede a compreensão a participação. Sendo matéria do dizer, o poema pede para ser dito. Toda a escrita pede para ser dita (a quem como eu acredita que a palavra  ̶  quer ser ouvida, para melhor ser sentida), que a leitura seja prolongada e feita "em voz alta". Deste modo damos vida às palavras do criador, estamos com ele...
Toda a arte, a Poesia em particular, é um lugar religioso do nosso ser. Por ele, arte e poesia, nos religamos unidos à Língua   ̶  esta entidade mágica   ̶  pessoal e supra-pessoal e vamos mais longe, partilhando a nossa existência com aqueles que partilham da essência do nosso pensamento se, com eles, conseguimos partilhar, ideias, pensamento, desejos e aspirações, através da inspiração ou da mais simples procura duma comunicação que não se satisfaz em seR... simples matéria do dizer, mesmo se saindo do nosso ser. Assim... como se esperássemos um leitor capaz de nos dar a atenção onde vamos estamos ficamos, com ou sem tensão, temos a intenção do texto produzido.
Eu, transformado, transformando-me em redactor dum Actor em Rede, actor na Net da palavra, vou realizando o meu ser... Posso ser seguido e descoberto aos poucos, aqui (in)discretamente faço um balanço biográfico da minha real idade.
Passei de personagem dum conto para autor de contos, conheci o Assim e comecei a tentar escrever Poesia. Agora acompanho a produção poética do Assim & Mim e descobri a Mina na sua prosa onde ousa ir tão longe que, penso conseguirá, deixa de ser "ela mesmo" para ser quem o autor conseguir imaginar. Este autor, um outro ou outra, de corpo inteiro. Ou alguém como eu, tirando de letra...
Tirando de letra, tudo que a palavra dá e a sua realidade promete
R

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