terça-feira, 6 de julho de 2010

A ROSA

Hoje vou deixar de ser Mina, menino ou menina. Pai-Piti-Pã, reencarno um espírito do Haiti... vou ler e escrever para si a partir de PÁRA-RAIO DE LOUCOS, de Borboleta.
PÁRA-RAIO DE LOUCOS chega-me do Brasil com capa amarela e a insinuação, no grafismo, da presença de pontos de pontuação. Entre eles, a barriga alta dum ponto de interrogação? Além do título, o autor, borboleta, vem a negrito em letras minúsculas. Falta mencionar a editora Assis/Editora, está feito um parágrafo para a capa.
Abrindo o livro, leio nas orelhas. É aqui que me transformo ao ler Pai-Piti-Pã, pois é ele o autor duma leitura que chama a nossa atenção para o livro. O que diz ele? Resumir dá-me vontade de sumir, mas... vou passar o inicio... começa com breve diálogo que vale a pena ler! O livro existe, procurem-no. Se alguém se confessar, talvez venha a deixar o endereço. Não é promessa, para já sem pressa, ainda só espreitei para as páginas interiores.
O livro agrada-me. Quanto ao autor, pode não ser índio mas lê-se logo abaixo do copyrigth© by Fábio Amorim de Matos Júnior:
«Por idiossincrasia do autor, o presente livro não adopta as regras estabelecidas pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, que entrou em vigor no Brasil em 2009.»
Com toda esta informação comecei a folhear o livro, com cuidado, sem o desfolhar, mantendo suas pétalas no lugar, como se ele fora, e neste momento é, a Rosa.
Vou deixar aquele que é, aqui no Diário de Letras, salvo erro, o primeiro dueto. Mereci? Mérci!...


Amor de Manhã (para F. Coimbra)

04-vii-10 
Não és imortal! és chama 
e assim, dos teus finitos 
os meus sentidos acordes. 
 
 Quero este sol que me chama 
perto do que seja grito 
desperto da noite acordes.  
 
 Dos teus abraços me invadas 
Inundem de luz palavras 
Felizes de apenas ser 
 
 Amar-te assim e mais nada 
Na nua poesia que lavras 
Das pronúncias do prazer
 
Eliane Guaraldo
Respondi:

VELEJANDO
a Eliane Guaraldo

procuro a Poesia
para aprender a cantar
esta minha fantasia
de te poder encantar?

na verdade escrevo
o que me fascina;
onde vive um trevo
da sorte, nesta página?

como o encontrar
plantado nesta tela
semeado pelo ar
nesta quadra à vela?

3 comentários:

  1. A tua viagem é infinita,
    e vai enchendo a caravana por onde passa,
    com mais poesias e euforias.
    Vai deixando todo um abecedário
    repleto de formas vividas!
    Bela viagem aqui na terra Poeta!
    Tens muitas histórias para muitas
    vidas contar.
    Efigenia

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  2. Velejei por muitas eras
    viajando, mar-a-mar
    sempre toscas primaveras
    sempre pronta a viajar

    Aportei por umas letras
    de tão longe a me chamar
    de silente anacoreta
    pus-me em ti experimentar

    Vinhas, vinhos a me dar
    o trevo de sorte, seria?
    que atrevo-me buscar

    entregue, tua magia
    não cessa de me encantar
    onde estás, está poesia.

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  3. JUNTO AO MAR

    feito de imensa saudade
    dando um salto ao passado
    o coração não tem idade
    se fica alegre e perturbado

    onde a paixão ganha lume
    pelo sonho uma aventura
    nas asas dum vaga-lume
    a liberdade não se atura

    é meu lado apaixonado
    a fazer-me amar a Lua
    todo amor a seu lado...

    vivendo com a fantasia
    onde minha alma é tua
    na presença da maresia

    A poesia dá para tudo... acabei de a escrever num dueto; agora "a solo", aqui deixo o poema a saltar ao eixo... pois, «viajando, mar-a-mar» parece que nem de propósito... permite responder ao teu soneto! Abraço transatlântico!!

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